Liberdade

Liberdade

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Se Não Esperássemos Pelo Fim







Jogou para o alto folhas secas
respirou ar puro em seus frágeis pulmões
fez da vida uma pequena expressão
diante das ondas gigantescas dos seus pensamentos
admirou luzes suspensas no céu
tola criança, não aprendeu a medir o universo
não entenderia a imortalidade mesmo se a experimentasse
ainda assim desafiou a morte e ganhou
e a ideia do não ser não o perseguiu pela existência
pobre criatura sem direito a contar o tempo
sem medo do escuro ou do fim
cruzou terras em meio a tempestades,
atravessou furacões como se fossem serenas ventanias
encontrou vazios e descobriu como preenche-los.


Por todos os dias
não começou guerra alguma
não mentiu por prazer
não semeou o ódio,
sequer brindou com sangue.

Nos desertos por onde caminhou
deixou pegadas cobertas de flores
respeitou as dimensões
e todos os seres.

Viveu anos luz
e ainda existe
está a desenhar galáxias
nesse exato segundo.


[ Cristina Braga ]


2 comentários: