Liberdade

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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O que eu quero é THE SMITHS

Hey caro leitor, eu pensei bem sobre as postagens desse singelo blog e decidi que a partir de hoje não apenas me expressarei através dos meu textos como também vou compartilhar aqui alguns achados como filmes, bandas, musicas, teorias que envolvem espiritualidade, comportamento ou qualquer obsessão nova que eu tenha adquirido. De principio eu poderia falar sobre os mais diversos assuntos, mas eu não iniciarei falando de Pearl Jam (bem que eu queria) pelo menos hoje não, estou numa vibe mais introspectiva e gostaria de dividir com vocês a deliciosa sensação de ouvir The Smiths. Ok, não me crucifiquem se não sou fan de carteirinha, nem me venham com esse lance de poser. A questão é que a primeira vez que me dei conta dessa banda cultuada foi através do filme 500 dias com ela (se não assistiu, vale a pena!) porque exatamente na 1° vez que os protagonistas se encontram o Tom (Joseph Gordon-Levitt)  está no elevador ouvindo uma musica no fone de ouvido e a Summer (Zooey Deschanel)  entra, reconhece a musica e dispara: “The Smiths? Eu amo The Smiths. Você tem bom gosto musical” e sai.



Por mais que a cena do filme tenha me marcado e me feito colocar "Please, Please, Please Let Me Get What I Want" no setlist do meu celular, acabei deixando de lado o interesse em me aprofundar no som dos caras até que nesse fim de semana assisti outro filme que sinceramente, eu não tinha muitas pretensões até me apaixonar pelo Charlie (Logan Lerman) protagonista do longa As vantagens de ser invisível (filme que faz refletir e promove uma viagem musical interessante). Bem, o tímido Charlie tem como banda preferida os ingleses do The Smiths e vai além elegendo "Asleep" como sua canção favorita. Dá uma conferida nas frases marcantes dessa musica:

"Cante pra mim
  Cante pra mim
  Eu não quero mais acordar
  Sozinho
  Não se sinta mal por mim
  Eu quero que você saiba
  Do fundo do meu coração
  Eu realmente quero ir"
 
Bem a questão é, sim a banda tem um som melancólico e suas canções podem ser taxadas como tristes, mas foda-se nem toda banda tem que tocar para o baile de mascaras que estamos cansados de ter que participar. Só que não dá pra generalizar pois nem só com baladas eles preencheram seus álbuns, tem melodias que nos fazem querer dançar sim. As letras são inteligentes e delicadas com maior climão noir, mas que de alguma maneira nos faz querer fechar os olhos, aumentar o volume e desaparecer. Se você não consegue sentir musicas mais lentas então beleza, é porque não é a sua, mas vale a pena viajar ao som dos caras.

 
A banda surgiu no inicio de 1982 com Morrissey (vocal e maestro da cultura pop), Johnny Marr (guitarra e arqui-inimigo posterior do Morrisey), Andy Rourke (baixo) e Mike Joyce (bateria) e por vários desentendimentos ao longo da carreira entre Morrissey e Marr a banda separou-se em 1987. Contando com uma vida criativa curta, mas importante o bastante para se tornar ícone e marcar gerações com verdadeiros hinos ingleses tais como "The queen is dead" canção que também é titulo do 3° álbum de 1986. Foram muitas letras criticando a politica, os costumes e a hipocrisia da época que venhamos e convenhamos ainda são atuais, afinal muitos dos valores dos anos 80 permanecem até hoje só que numa versão deteriorada. Além da rebeldia e sutileza dos acordes não posso fazer propaganda enganosa e afirmar que a maioria das letras não eram love songs, pois eram sim, perfeitas para virarem trilha sonora de muitos corações partidos.


Eis uma banda que soube brincar com a cultura pop fazendo propaganda clara do avesso dessa vertente, brincadeira essa estampada nas capas de seus discos onde fizeram questão de por fotos de artistas mais "undergrounds" ou fotos de desconhecidos, apesar de que deu até pra colocar uma com o Elvis. (quem é esse tal de Elvis?)


O ator Colin Campbell no filme The leather boys (1964), capa do single Ask (1987)
 


Para quem gosta de vez em quando em dar um refresh no setlist fica a dica super válida.

Hoje eu quero The Smiths e você o que quer? Já parou pra pensar sobre isso?

"Então por favor, por favor, por favor,
Me deixe, me deixe, me deixe
Me deixe ter o que eu quero
Dessa vez
Não tenho tido sonhos há um bom tempo"
Please, Please, Please Let Me Get What I Want
 

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O apanhador de sonhos


 
Oh querido apanhe meus sonhos,

Afaste os maus espíritos enquanto durmo,

Afaste o caos enquanto desperto.

O mundo é um lugar estranho para pessoas como eu.

Ou serei eu estranha para esse mundo?

O dia amanheceu calmo,

decidi jogar fora sonhos usados.

amores que se perderam,

mapas que não me levaram a lugar nenhum.

Você esteve aqui por toda parte até hoje...

Dividimos encontros e desencontros.

Foram os mesmos discursos e discussões.

Eu que vi dentro dos teus olhos outros ventos a te mover,

também vi os mesmos ideais que nos separam.

Eu que julguei estar livre

Senti o impulso a me dominar novamente

A adrenalina a atravessar meu corpo inteiro,

todos os lapsos e os desejos de volta a vida...

E mesmo mergulhando em sensações intensas

Receio dizer que não sou mais a mesma.

Não me sacio com prazeres momentâneos.

Eu, Narcisa.

Ando querendo acender um cigarro,

Ando pensando em desenhar a nuca,

Caminhando para a liberdade plena,

E essas novas escolhas vieram de você...

Aprendi a assumir a loucura,

A falar sem medo de ser condenada ao inferno

Fiz novos erros e os amo...

Mas não posso amar você.

Não baixe o escudo agora ou eu poderei te ferir mortalmente.

Nós que deveríamos ter sido qualquer outro objeto em vez de imã...

Somos meros estranhos sem falar o mesmo idioma

Domine a razão e não a mim,

que eu domino os sentimentos ruins

E os transformo em vida.

Bless

Foto: Apanhador de sonhos (tatto), artefato indígena

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Império do Egoismo


 
 
 
Saindo pela porta dos fundos em busca de placebo.

“-Pai, desculpe não vou voltar hoje.”

Nas ruas encontro ilusões que me saciam os vícios.

Há tanta sujeira e tanto desejo pela noite
 
Que me faz falta ao amanhecer.

Sabe o que é carregar em si o inconformismo?

Eu desperto para a miséria e a dor alheia todos os dias

Sou a hipocrisia e a impotência.

O que fazer com toda essa fúria?

Andarilhos fugiram de seus lares para ir em busca de vida.

Eu vou a algum lugar...

Evito pegar a rua em que os nazistas marcham.

Não sou publico para a perfeição!

Pertenço a uma geração vazia.

Não condene a mídia ou paraísos artificiais.

Condene a falta do amor...

Nós possuímos o fracasso como destino

E fica cada vez mais difícil seguir adiante.

Quando foi a ultima vez que olhou a necessidade de frente?

Uns preferem construir castelos em seus sonhos,

Eu prefiro a escuridão.

Estamos confusos demais pra voltar pra casa...

Mais uma noite no império do egoísmo.

Vamos iniciar uma revolução!

Vamos quebrar todas as regras!

Me conte seus medos,

Troco sangue por verdade...

Me segure quando eu estiver tonta

Me leve para a realidade por favor,

Não pode ser só isso!

Não deve ser só isso!

Abra os olhos de uma vez...



Foto: Clube da Luta (um dos filmes mais realistas já feitos)