Se anseia por liberdade entra e fica a vontade enquanto divido contigo meus vícios e obsessões com o mesmo prazer de quem toma seu primeiro gole de vinho. Todos os textos emergem de minhas trocas com o Rock´n Roll, ciência, literatura, cinema e sobretudo com a vida.
Liberdade
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
O porquê
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Agonia
Tem um pedaço de vidro em meu coração.
Que me machuca e enlouquece a cada batida.
Faz de todo meu corpo uma inteira ferida.
Tem um pedaço de vidro em meu coração.
Ele afunda quando é fundo meu respirar
É um golpe do qual não vou desviar.
Tem um pedaço de vidro em meu coração
Fere. Rompe. Faz sangrar
E mesmo que eu tente não posso arrancar.
Quisera eu dissolvê-lo em meu sangue.
Quisera eu ser somente razão.
Mas aqui sigo refém da minha própria inquisição.
Tem um pedaço de vidro em meu coração...
Nem sei porque te conto se você não sabe o que é ter um.
Cristina Braga
domingo, 7 de dezembro de 2014
Deuses
As palavras tem asas
Voam para longe quando não acompanham o compassar desse coração desgastado.
Elas se lançam ao silêncio com tamanha pressa que eu não consigo alcançar nenhuma.
Coloco um sorriso para decorar esse rosto.
Logo estamos frente a frente sem ter muito o que dizer um ao outro.
Um amigo me disse que o fundo do poço é um lugar incrível para estar.
Que as possibilidades emergem dos finais.
Eu sorri, mas devia ter feito o tempo parar naquele instante.
Os amigos são deuses.
Vejo uma mitologia completa feita deles.
Suas virtudes e suas falhas são edificantes.
Na vida real que dividimos
sempre ha alguém sendo salvo,
sempre há um coração em jogo,
mas lá estão eles cumprindo seu papel.
Nós devíamos fugir dessas amarras... elas doem e me envergonham
porque eu mesma as amarrei.
E mesmo estando um inteiro caos
o céu continua lindo,
e eu mal consigo respirar,
mas não há poeira ou qualquer artifício.
É só minha falta de habilidade em viver.
Sou dessas que dizem o que não pode ser dito.
Do tipo de gente que vai perder muitas vezes.
Vou esperar segurando um copo meio cheio
do vinho mais barato da cidade,
não preciso de garrafas caras
para escapar a sanidade.
Eu, diferente das palavras não tenho asas.
Mesmo que tivesse não sei se iria para muito longe.
Nessa tragédia grega eu busco romper meus limites.
enquanto alguns estão infectados
pelo vírus da normalidade.
Quem sabe possamos ser deuses um para o outro.
Cristina Braga