Liberdade

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

GUERRA



 



A multidão caminha cortando o vento,

As conversam vazias alimentam a distancia.

Eles falam uns dos outros, mas não falam de si mesmos,

E se eu negar pagar com meu sangue?

A guerra não é meu destino!

Sou as reticências na tua frase inacabada,

Não um instrumento de destruição.

Uns fogem e mesmo distante não encontram paz...

Somos iguais não vê?

Todos sangramos em vermelho.

Não me diga mais nada,

Eu não me prostarei a um sádico com uma coroa,

Não cumprimentarei Hitler,

Nem explodirei em nome de deus.

Guarde seus dogmas... São meros artifícios do ódio.

E desvie sua fúria do meu caminho,

Escolhi não derreter pele em troca de combustível,

O dinheiro não comprará a minha evolução!

Mais um dia, mais covas prontas.

Não beijarei tua face,

Nem te empurrarei ao buraco.

Não me excita a tortura.

Eles estão condenando os fracos.

Criaram demônios e anjos pra esconder seus feitos.

Engula seu dinheiro a seco essa noite,

Cada atitude leva alguns segundos e acabou...

Não me convide para o topo,

De onde estou enxergo a inocência das vitimas,

Percebo o quão generosa é essa terra,

Quem cobriu esse lugar de sonhos despedaçados?

Como escondes tão bem tua sensibilidade?

Todos fracassamos em ser humanos.

Seguro a respiração olhando para o céu.

Mas porque eu insisto em olhar?

Deixe me arrancar os pontos do teu coração devagar,

Coloca tuas armas no chão de uma vez

O fim está próximo, querido.

Cada atitude leva alguns segundos...

Alguns segundos para se tornar eterna.

Isso não acaba aqui!

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Nos veremos





Inspirado por oito amigos bêbados que eu admiro.

 

Lá vai o menino cujos cabelos são desejados, dono de erros e um coração puro.
Descreve a vida com a facilidade, recebe elogios com uma classe transcendental.
Me fale sobre a importância de ser visceral, me faça querer estar viva! Cite Mandela e me mostre tua amplitude.
Tens os silêncios mais devastadores e o sorriso mais espontâneo do mundo.
Já formastes uma família, mas não perdeu o olhar de garoto... É quem nos faz voltar no outro dia, é quem nos faz ficar atentos.
Está misturando Rock e Caetano em sua linguagem marginal... Dançando enquanto todos permanecem sérios.
Sempre com o mesmo olhar desde os 14, bem antes do Moykano e da força eu o via tímido.
E me irrita, me faz de boba, me faz companhia. Chegou de mansinho e ganhou lugar cativo ao meu lado
...

Eu,  mera espectadora do caos e do paraíso,
Mergulhando em conversas, mergulhando na musica.
Virando garrafas de vinho, desenhando mais luzes no caminho.
Desejando que o tempo não passe, que nossa amizade não desgaste!
Nós que não vamos perder a loucura.
Sabemos como vencer a gravidade,
Temos acordes precisos e ironia como armas!
A vida corre e nossos olhares dispersam, mas com a certeza:

Próxima semana nos veremos outra vez!
 
Foto: Ramones

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Desejo




Te peço apenas
que feche teus olhos
esvazia tua mente
enche tua taça com prazer
sinta o deleite da pele
arranca meus delírios a força
e deixa me ser arrepios somente.

A vontade acelera os batimentos sob meu peito
teu olhar e tua falta de modos
me fazem refém
me pergunto repetidamente:
– Quantos segundos serão tão nossos quanto estes?

Me conte sobre teus deuses uma noite a mais
ao som da tua voz idealizo o infinito
enquanto desmorono paredes ao teu lado.
o calor de nossos corpos traduz
que tua ida trará a primavera.

Tu, viverá teu destino
e eu minha vida.

Os mares se abrem em honra
meus lábios se abrem em desejo
teus olhos se abrem para o mundo.

Vá e leve consigo
a ânsia por conquistar o universo.

[ Cristina Braga ]


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Diga a eles





Diga a eles que estou partindo
deixei pedaços de princípios pelo quarto
alguns fios de cabelo e lágrimas
décadas se passaram enquanto eu lá dormia.

Leve um beijo a todos
aos que abrem suas janelas em dias de chuva
aos que me farão falta ver seus olhos bondosos
talvez para onde eu vá não consiga enxergá-los.

Prometi que iria encontrá-la
mas já fazem anos sem que eu a faça sorrir
tantas estações, tantos amigos
e desde o fim me sobraram essas linhas mal traçadas

Meu caminho é na contra-mão da ilusão
a milhas de distancia do ódio
e mesmo voando por todos os céus
não vou esquecer como voltar para casa.

Olhe só, aquela menina na calçada
diga a ela que o mundo mudou enquanto esperava
não vibram mais bandeiras do inconformismo pelo ar
em vez disso, escolheram pintar mentiras em seus rostos.

Um dia ela há de aprender
a cruzar galáxias falando sobre o amor
e a acender estrelas com sua saudade,
pois em seu coração há nomes
nem mesmo a eternidade
poderá apagar.

"In memoriam - Maria Braga, a mãe mais maravilhosa do mundo" 

[ Cristina Braga ]



sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Outra vez



A correnteza levou as mentiras rio a baixo
movi meus pés devagar sob a água
o reflexo da lua cheia me fez lembrar
nós fomos feitos para refletir beleza.

Mas há quem crie raízes em concreto
ignorando o recusar dos recursos
acumulando felicidades de papel
sem enxergar os pássaros negros
a sobrevoar seus planos.

Envergonham a criação
e não questionam.
Como poderá a Terra os querer?
O paraíso não é um lugar 
não é uma fuga.

Quem escolheu ir contra todos
escolheu também enganar a si.
e os ventos não apagarão
os males que suas ações trouxeram.

E mesmo estes que destroem
voltarão outra vez a dar os primeiros passos
a observar a mudança das estações
sentindo o aroma de dias melhores.

A luz vem em nossa direção e ofusca,
a morte é só uma palavra assustadora,
mais assustador mesmo é não sentir.

Em outra chance
poderemos juntos, ser brisa,
ser os reflexos do sol sobre a planície
ser o que nasceu pra ser quando em sonho foi
o intenso fascínio de conter
a verdadeira beleza.

[ Cristina Braga ]