O despertador alarmou, abri um olho e ví sobre mim o teto parado enquanto o restante do quarto todo girava. Eu ouvi um barulho ensurdecedor igual a um baterista incansável direto nos meus tímpanos que me fez levar as mãos a cabeça. "Maldita ressaca!" esbravejei. Abri lentamente os dois olhos e me virei para a esquerda com o intuito de levantar, mas não consegui. De repente senti na boca o gosto azedo do vinho da noite anterior que antes era tao doce. Foi uma noite louca cheia de amigos e Rock por toda parte, marca dos melhores sábados da minha vida. Em nossa roda boêmia falamos de tudo que atravessava nossas mentes, assuntos como bandas, musicas, super heróis, politica e ainda teve espaço pra rir de nossas limitações e rir das misturas que o carinha de outra cidade que estava alto fazia. Ele falava tanto que eu nem imaginaria que ia fuder tudo quando começasse a tocar com sua banda. A gente tem esse lance de subestimar pessoas e toda vez vem a realidade nos dando um soco direto na cara e sabemos que preconceito é uma merda, mas acabamos fazendo e até mesmo nos festivais que tem uma vibração anarquista acontece. Quantos não devem me ver por estereotipo de loira ou burra porque não paro de falar quando estou bêbada e desses momentos épicos obviamente surgem as perolas. Mas imagine quem não conversa comigo sóbria, quem não sabe o que me fascina ou o que defendo a sério. Deve ter uma galera que me defina pelo bom humor e não veja nada mais alem disso e por mais que seja engraçado é um saco deixar que fiquem e até mesmo que eu fique só na superfície. Bem, mas isso é uma questão que tomei pra mim e vai me influenciar por toda a vida e não tem muito a ver com a noite de ontem...a não ser pela minha expressão olhando para aquele cara e sua banda encarnando o Rock´n Roll bem a minha frente. "Que banda é essa? Que foda!", pensei.
Se anseia por liberdade entra e fica a vontade enquanto divido contigo meus vícios e obsessões com o mesmo prazer de quem toma seu primeiro gole de vinho. Todos os textos emergem de minhas trocas com o Rock´n Roll, ciência, literatura, cinema e sobretudo com a vida.
Liberdade

sexta-feira, 27 de março de 2015
Eu, o gosto do vinho e a maldita ressaca
O despertador alarmou, abri um olho e ví sobre mim o teto parado enquanto o restante do quarto todo girava. Eu ouvi um barulho ensurdecedor igual a um baterista incansável direto nos meus tímpanos que me fez levar as mãos a cabeça. "Maldita ressaca!" esbravejei. Abri lentamente os dois olhos e me virei para a esquerda com o intuito de levantar, mas não consegui. De repente senti na boca o gosto azedo do vinho da noite anterior que antes era tao doce. Foi uma noite louca cheia de amigos e Rock por toda parte, marca dos melhores sábados da minha vida. Em nossa roda boêmia falamos de tudo que atravessava nossas mentes, assuntos como bandas, musicas, super heróis, politica e ainda teve espaço pra rir de nossas limitações e rir das misturas que o carinha de outra cidade que estava alto fazia. Ele falava tanto que eu nem imaginaria que ia fuder tudo quando começasse a tocar com sua banda. A gente tem esse lance de subestimar pessoas e toda vez vem a realidade nos dando um soco direto na cara e sabemos que preconceito é uma merda, mas acabamos fazendo e até mesmo nos festivais que tem uma vibração anarquista acontece. Quantos não devem me ver por estereotipo de loira ou burra porque não paro de falar quando estou bêbada e desses momentos épicos obviamente surgem as perolas. Mas imagine quem não conversa comigo sóbria, quem não sabe o que me fascina ou o que defendo a sério. Deve ter uma galera que me defina pelo bom humor e não veja nada mais alem disso e por mais que seja engraçado é um saco deixar que fiquem e até mesmo que eu fique só na superfície. Bem, mas isso é uma questão que tomei pra mim e vai me influenciar por toda a vida e não tem muito a ver com a noite de ontem...a não ser pela minha expressão olhando para aquele cara e sua banda encarnando o Rock´n Roll bem a minha frente. "Que banda é essa? Que foda!", pensei.
sexta-feira, 20 de março de 2015
Extremos
Tu queres vista para o oceano
Eu pego a mão da esquerda
Tu só caminhas pela direita
Eu aprecio arte
Tu só assiste Tv
Eu nem sempre sou boa
Tu condenas o mal
Eu não me limito a uma crença
Tu só considera a verdade que te deram
Eu me expando
Tu desapareces
Eu despedaço
Tu permanece intacta
Eu alço voo
Tu cria raízes
Eu espalho o vermelho
Tu exiges que seja tudo preto no branco
Eu abro janelas
Tu compra espelhos
Eu te convido para uma dança
Tu diz que não sabes dançar
Eu aumento o volume da musica
Tu muda a estação de rádio
Eu falo de amor
Tu discursas pelo ódio
Eu reconheço a vida como fonte do imprevisível
Tu tens planos definidos
Eu nem sei quem sou
Tu já tens sobrenome de outro
Eu defino meu corpo como um ponto de anarquia
Tu o etiqueta com um dogma.
Eu estou só
Tu também, mas escolhe não pensar sobre isso
Eu poderia amá la, mas tu se mantem ausente do tipo de pessoa que fez de mim...
E nenhum de nós estamos por completo errados.
Sabemos amar, mas não entendemos as ramificações do amor
Sabemos sonhar, mas invadimos territórios alheios com sonhos egoístas.
E o que nós não sabemos é viver em paz com todas as vendas que colocaram sob nossos olhos. Essas vendas que são maiores que a distancia que nos aprisiona.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
Sangue Ruim
Nós temos sangue ruim
Uma necessidade de compartilhar algo todo o momento e quase nada serve.
Quem pode dizer que foi suficientemente amado?
Quem pode afirmar que foi um filho desejado?
Nós somos confusos porque tivemos ruínas como lar
Pessoas sem preparo, um mundo que não pode esperar
Criamos afeição por pessoas tão perdidas quanto nós
Fomos aqueles que se equilibraram no meio fio de ruas intermináveis nas madrugadas.
Amigos produzindo acordes em sábados incomuns.
Nós temos sangue ruim.
Somos classificados por cores, mas não somos lápis embora também nos desapontemos.
Nos alinham em escalas a qual não pertencemos
Nos encarceram em pontos periféricos onde não há investimento.
Quem pode olhar para sua historia sem desejar trocar algo?
Quem já não se sentiu no fundo do poço e escolheu não chorar?
Desenhamos nossas peles como quem decora uma casa.
Fazemos escolhas ruins sem notar que estamos em armadilhas prontas.
Sente quão gélida é a noite nas ruas vazias de empatia?
Toda a ingenuidade e pureza não sobrevivem a fotografias velhas
Vivemos do caos e não temos um cais para atracar,
Mas nós escolhemos não chorar
Porque vemos a realidade além dos noticiários
Vemos os troncos das arvores balançando...um calmante.
Vemos as folhas caindo fora do tom
Nós estamos famintos por esperança enquanto ela escorre por boeiros.
Não somos ratos, não espalhamos doenças.
Trazemos conosco uma verdade bruta.
O incomodo de seguir em frente num campo minado.
No lugar onde pessoas ávidas acompanham cotações monetárias
de que vale acompanhar a mudança de estações?
Nós damos atenção a profundidade, nós questionamos teus motivos para duelar.
Mas somos nós que temos sangue ruim,
Se for assim não venha purificar
Somos melhores que todos aqueles senhores fedendo a naftalina
Cercados por todo o poder sem ter a capacidade de sonhar.
Somos raros numa realidade ordinária
E enquanto houver o que compartilhar não se assuste
Se pedras atingirem janelas de grandes casarões...
É só uma forma agressiva de dizer:
Desejados ou não aqui estamos,
Viemos modificar a pauta, invadir os muros, as ruas e o faremos por onde for...
Até mesmo nós...as cinzas viemos falar de amor.
sábado, 31 de janeiro de 2015
O espetáculo da bailarina que não sabe dançar
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
O porquê
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
Agonia
Tem um pedaço de vidro em meu coração.
Que me machuca e enlouquece a cada batida.
Faz de todo meu corpo uma inteira ferida.
Tem um pedaço de vidro em meu coração.
Ele afunda quando é fundo meu respirar
É um golpe do qual não vou desviar.
Tem um pedaço de vidro em meu coração
Fere. Rompe. Faz sangrar
E mesmo que eu tente não posso arrancar.
Quisera eu dissolvê-lo em meu sangue.
Quisera eu ser somente razão.
Mas aqui sigo refém da minha própria inquisição.
Tem um pedaço de vidro em meu coração...
Nem sei porque te conto se você não sabe o que é ter um.
Cristina Braga
domingo, 7 de dezembro de 2014
Deuses
As palavras tem asas
Voam para longe quando não acompanham o compassar desse coração desgastado.
Elas se lançam ao silêncio com tamanha pressa que eu não consigo alcançar nenhuma.
Coloco um sorriso para decorar esse rosto.
Logo estamos frente a frente sem ter muito o que dizer um ao outro.
Um amigo me disse que o fundo do poço é um lugar incrível para estar.
Que as possibilidades emergem dos finais.
Eu sorri, mas devia ter feito o tempo parar naquele instante.
Os amigos são deuses.
Vejo uma mitologia completa feita deles.
Suas virtudes e suas falhas são edificantes.
Na vida real que dividimos
sempre ha alguém sendo salvo,
sempre há um coração em jogo,
mas lá estão eles cumprindo seu papel.
Nós devíamos fugir dessas amarras... elas doem e me envergonham
porque eu mesma as amarrei.
E mesmo estando um inteiro caos
o céu continua lindo,
e eu mal consigo respirar,
mas não há poeira ou qualquer artifício.
É só minha falta de habilidade em viver.
Sou dessas que dizem o que não pode ser dito.
Do tipo de gente que vai perder muitas vezes.
Vou esperar segurando um copo meio cheio
do vinho mais barato da cidade,
não preciso de garrafas caras
para escapar a sanidade.
Eu, diferente das palavras não tenho asas.
Mesmo que tivesse não sei se iria para muito longe.
Nessa tragédia grega eu busco romper meus limites.
enquanto alguns estão infectados
pelo vírus da normalidade.
Quem sabe possamos ser deuses um para o outro.
Cristina Braga